Patrocinado

Ford Avalia Encerrar Operações no Brasil

Uma notícia como esta jamais seria imaginada há alguns anos. No entanto, a empresa norte-americana está cansada de investir bilhões de dólares no mercado sul-americano sem perspectivas de retorno a médio prazo. Fato que prejudicaria até seus planos globais de investimentos.

A Ford tem suportado prejuízo de cerca de U$ 1 milhão diariamente no Brasil.  Bob Shanks,  diretor financeiro mundial da Ford declarou que a empresa perdeu U$ 4,2 bilhões na região desde 2012.

O CEO da Ford, Jim Hackett, observa que “a venda não é a única alternativa cogitada”. Segundo a mesma Bloomberg, outras empresas do setor que operam na América do Sul – FCA (Fiat Chrysler) e Volkswagen entre elas – foram contatadas para se avaliar seu interesse por suas operações na região.

Uma análise do comportamento da Ford no Brasil poderia avalizar as informações da agência norte-americana Bloomberg. Para começo de conversa, não há dúvidas de que a empresa reduziu significativamente seus investimentos locais. Já se prevê que – assim como a GM fez há muitos anos – deverá desativar sua operação de caminhões. É evidente que a venda de veículos pesados desabou no Brasil nos últimos anos, mas continua sendo promissor e suas concorrentes continuam investindo localmente.

Não seria a primeira vez que a Ford pensa em deixar o mercado brasileiro. Ela, a rigor, passou a ser controlada para a Volkswagen em 1987, quando se anunciou a fusão das duas empresa numa terceira, a Autolatina. Entretanto, o controle da empresa estava nas mãos da alemã, que detinha 51% de participação acionária. As duas decidiram, em 1996, voltar a operar independentemente e a Autolatina foi extinta.

Desde a primeira notícia da Bloomberg que os executivos da Ford no Brasil negam de pés juntos que a Ford vai deixar o Brasil. Até porque, se concordam com o que se diz nos EUA, seu faturamento entra em queda livre.

No entanto é inquestionável a situação em que o Brasil tem colocado as empresas. Anos operando no vermelho ou com lucratividade baixíssima. Acendendo o alerta ao investidor de onde colocar seu dinheiro. E trazendo insegurança quanto a recuperação dos empregos e crescimento do país.